terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dia especial...

   Em fevereiro de 2013, ainda levámos a minha Mãe a comer polvo, 
nos Mosteiros. 
Subiu e desceu estas escadas... assim, meio receosa, meio confiante ...
com o auxílio do genro de quem gostava muito.
Hoje completaria 98 anos e familiares muito queridos,
 enviaram-me sentidas mensagens.
Foi o primeiro 30 de setembro que passámos sem a sua adorável presença.
 Visitámo-la, desta vez no cemitério, onde jaz ao lado do marido e dois filhos.

Da quinta, onde passávamos verões inesquecíveis,
 uma rosa para a minha querida e saudosa Mãe!...

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Para mim são relíquias!

Para algumas pessoas o que hoje irei mostrar serão apenas velharias; algumas até poderão achar que é lixo; para outras serão relíquias. Para mim, além de relíquias, são uma espécie de tesouro, que tive a honra de agora herdar. Foram oferecidas a uma prima casada com um dos meus primos em 1º. grau, cuja avó, a Senhora D. Haydéa, dona deste valioso espólio, sempre foi estimada por mim como uma verdadeira avó.
Foi a mãe da tia que ensinou a minha mãe a fazer o casaco de tricô que começa com 1 ponto e acaba com 1 ponto, a que tomei a liberdade de chamar modelo Teresinha, por lhe ter introduzido algumas alterações e nunca ter visto nenhum igual, antes de o mostrar no meu outro blogue. Já foi reproduzido por algumas amigas, o que me dá muito gosto.
Uma revista Rakan de 1938… 1 ano depois do casamento dos meus pais!
Algumas revistas de ponto de cruz e bordado búlgaro, que poderei mostrar em pormenor se for do interesse de alguém. Nelas aparecem muitas barrinhas ótimas para napperons, panos de tabuleiro ou toalhas. É só pedir… e eu fotografo e mostro!
Várias caixinhas também antigas, que eu irei restaurar, contêm muitas linhas de bordar, fitas, rendas finas, golas antigas de renda de Guipur e uma almofada verde de linho bordada a Richelieu com enorme perfeição… pronta a aplicar!
Até tenho agora agulhas de tricô iguais às que a minha mãe me colocou nas mãos… não me lembro quando… mas certamente há uns 60 e tal anos!
Já está tudo a postos para viajar daqui de Ponta Delgada até Coimbra! A juntar ao que herdei da minha mãe, por ser a única filha, tenho de arranjar um móvel para guardar, em perfeitas condições, tão precioso legado.
As minhas três jovens sucessoras diretas encarregar-se-ão de escolher o que quiserem utilizar já e, mais tarde, espero que a geração seguinte ainda faça o mesmo!...
E acabo o texto com uma frase da minha tia-avó, Teresa, que nasceu em 1874 e com quem tive o privilégio de conviver até aos meus 17 anos:

“100 anos que eu viva…
 não conseguirei fazer tudo o que tenho na mente!”

UM ABRAÇO

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Voando até Ponta Delgada...

Esta foi a última foto que tirei à minha mãe, 
antes da doença que a levou à morte, no espaço de um mês.
Na desventura, foi bom eu estar lá, tendo-lhe feito companhia
até ao último dia da sua longa vida, sem nenhum sofrimento.
Morreu no dia Internacional da Mulher e, apesar dos desgostos
da perda precoce do marido e de dois filhos,
dizia que tinha gostado muito de viver 
e que tinha sido muito feliz.
Isso eu comprovo, porque tanto o namoro como o casamento
com o meu pai, eram o mote das estórias que relatava
acrescentando nuances cor-de-rosa que ela, já no final da sua vida,
ficava sem saber onde as colocar!...
Era uma mulher muito forte, muito inteligente e muito bonita.
Toda a gente gostava dela e todas as pessoas que com ela conviveram
sabem que se perdeu uma pessoa maravilhosa.
Ficará para sempre no meu coração.
Em abril, quando regressámos, já ficou a mágoa da sua ausência.
Agora receio a minha chegada lá... 
já sei que ficarei desolada por não a encontrar, 
por não ouvir a sua voz declamando os poemas do meu pai
e contando as mesmas estórias inúmeras vezes!
Mas tenho essas estórias gravadas e filmadas...
que não se comparam com a realidade, 
mas são um valioso legado que me conforta 
e que deixo aos meus filhos, netos... e, depois, aos bisnetos.
Voamos amanhã do Porto para Ponta Delgada.
Férias? Não! Apenas mudança de casa por 22 dias.
E sei que vou estar com amigos muito chegados,
 que também escolheram esta altura para ir à nossa linda
Ilha de S. Miguel.
Sei que o tempo não está bom... mas irei a banhos de mar,
mesmo que chova!!!
UM ABRAÇO