Hoje decidimos ir à Caloura.
O pico da Barrosa estava descoberto, mas
achei que devia deixar toda aquela bela paisagem só para os turistas do
transatlântico! Por isso saímos, sem rodeios, diretos ao destino.
Eu tinha
vontade de ir ver a prima que vive lá no verão e no inverno mora na Califórnia.
Mas é outono e eu não sabia onde ela estaria. Está bem... eu sei... há telefones, mas eu às
vezes esqueço-me dessa comodidade!... Trata-se de uma parente ainda próxima (as nossas avós eram
irmãs) e desde que emigrou para os EUA estivemos muitos anos sem nos
encontrar e agora vemo-nos apenas de vez em quando, aqui na ilha.
E não é que a prima estava mesmo na
Caloura com o marido, a colocar as malas no carro para embarcarem no enorme barco
que estava atracado aqui no cais?!... Foi uma alegria abraçá-la!
O dia estava ótimo e o passeio foi enriquecido
pelo curto mas tão agradável encontro com os primos. Depois dos beijos e
abraços emocionados prosseguimos a viagem até à praia… com muitos calhaus! Não
pude deixar de pensar outra vez nos calhaus da “célebre” praia de Nice! Então o
senhor Maire de Nice… não podia
mandar fazer um carreiro por cima das pedras como aqui os meus conterrâneos
fizeram permitindo que os banhistas mergulhem e nadem sem magoar os pés?!
Na
Caloura há um pequeno porto de pesca e uma piscina que enche com as marés; quem
preferir poderá nadar livremente no mar.
Tirei fotos ao convento, ao porto de pesca, às pedras e ao mar e às
tantas lembrei-me de que me tinha esquecido de tirar fotos aos primos! Sorte… porque o regresso iria ser feito pela
mesma via e ainda os encontrei em casa. Desta vez tive outra surpresa: estava
lá uma amiga minha de infância, com o marido e filha, que também tem uma bela
casa na Caloura, perto da minha prima.
Almoçámos em Água de Pau uma fresca veja
(peixe) escalada e grelhada e o meu irmão uns torresmos de caçoila… pratos
típicos açorianos.
A esta hora os primos já devem ir em mar
alto, mas despois do nosso passeio o barquinho
ainda estava ancorado na doca de Ponta Delgada.
Senti um ligeiro aperto no peito: não sei
se pela partida da prima, que eu talvez não volte a abraçar tão cedo, se pela
partida daquele grande barco onde eu gostaria de ter embarcado também!...
Já fiz alguns cruzeiros, mas este estava
aqui… mesmo à mão de semear…